terça-feira, 27 de março de 2012


Tal como os humanos, as abelhas têm personalidade !

Estudo compara comportamento das abelhas “aventureiras” com o das que ficam nas colmeias

2012-03-11
Tal como os humanos, as abelhas têm personalidade, umas são mais ousadas e exploradoras, outras mais cautelosas e “caseiras”, revela um estudo publicado na revista Science.

Segundo a investigação, citada pela agência Efe, as abelhas, insectos sociais que vivem em comunidades muito organizadas, têm funções distintas na colónia a que pertencem: algumas ficam dentro da colmeia e cuidam das crias, outras saem e recolhem alimento.

As ditas exploradoras buscam novas fontes de comida, mas também outros sítios para fixar novas colmeias.
Cientistas da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, compararam o comportamento das abelhas “aventureiras” com o das que ficavam nas colmeias.

Para que a investigação fosse bem sucedida, instalaram um grande recinto exterior, protegendo as fontes de alimento, e observaram quais as abelhas que saíam e exploravam à procura de mais comida.

Os especialistas concluíram que as abelhas exploradoras que procuraram um sítio para fixar uma nova colmeia e levaram um grupo de abelhas da colónia antiga são as que procuravam comida.

Entre todas as abelhas que procuram alimentos, aproximadamente 25 por cento dedicam-se a procurar novas fontes de comida. Quando chegam às colmeias, comunicam a “novidade” às demais.

Ancestrais de espécies de vertebrados existentes 
em Madagáscar navegaram até lá de 20/03/2012!!



Cientistas utilizaram informações geográficas e oceânicas para explicar o motivo da diversidade animal na ilha!

A história do filme de animação «Madagáscar»(2005) poderá revelar o que realmente aconteceu. A ilha separou-se do continente africano há uns 130 milhões de anos e, segundo o estudo de um grupo de investigadores, liderado por Karen E. Samonds, da Universidade Queensland, da Austrália, as espécies de vertebrados que hoje existem terão sido transportadas em enormes tapetes de vegetação que flutuaram pelo mar. A investigação foi publicada na edição desta semana da «PNAS» e confirma que o transporte de vertebrados, seja pelo ar ou pela água, pode ter contribuído para o povoamento da quarta maior ilha da Terra.

O grupo de cientistas utilizou informações geográficas e oceânicas para explicar o motivo da diversidade animal na ilha. Em colaboração com o Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), reconstruíram a história da colonização da ilha e das espécies mais próximas de África, Ásia e América do Sul.
Segundo o estudo, após a separação dos continentes, os ancestrais das espécies vertebradas que hoje vivem na ilha deslocaram-se do continente africano para a ilha há 65 milhões de anos com a ajuda de galhos de árvores, que teriam seguido pelo Canal de Moçambique – faixa de mar no Oceano Índico que divide Madagáscar do resto da África.

Madagáscar tem mais espécies únicas do que outra zona qualquer do planeta, com excepção da Austrália, 13 vezes maior. Por exemplo, há 70 tipos diferentes de lémures que só vivem ali. Ainda, 90 por cento dos restantes mamíferos, anfíbios e répteis são exclusivas daquela região.

Nos últimos 11 anos, foram encontradas 385 plantas, 42 invertebrados, 17 peixes, 69 anfíbios, 61 répteis e 41 mamíferos. Mas os especialistas alertam para o facto de parte da biodiversidade recém-descoberta estar a desaparecer devido à desflorestação, que já afectou 90 por cento da área verde original.

No filme, a história começa quando um navio deixa cair uma carga onde estavam um leão, uma girafa, uma zebra e um hipopótamo.

                                               

Pesquisadores reconhecem nova espécie de ave descoberta em Minas em 22/12/2010!



Há 16 anos, o então estudante de biologia Marcelo Ferreira de Vasconcelos ouviu um canto de pássaro que nunca tinha escutado. Ele estava num trabalho de campo na Serra da Piedade, no município de Caeté, na Grande Belo Horizonte, e, ao ouvir os primeiros piados, teve a quase certeza de que era de uma espécie diferente, visto que conhecia bem aquele terreno e nunca tinha ouvido nada igual. Imediatamente, a chama da curiosidade se acendeu. Fogo que durou até este ano, quando, finalmente, conseguiu mostrar ao mundo o tapaculo-serrano. Trata-se de uma ave que praticamente não voa: ela caminha como um rato no solo de ambientes sombrios das grotas que entrecortam as serras mineiras.

Atualmente como professor do curso de mestrado em zoologia da PUC Minas, em Belo Horizonte, Marcelo conta que na mesma época os pesquisadores Bret Whitney, José Fernando Pacheco e Luís Fábio Silveira descobriram a ave na Serra do Caraça, em Catas Altas. Todos se reuniram para descrever a nova espécie, estudo que tomou cerca de 15 anos de pesquisas em outras montanhas, análises genéticas, visitas a vários museus brasileiros e ao famoso Museu Americano de História Natural, em Nova York.

"O reconhecimento pela comunidade científica internacional de uma nova espécie é algo custoso e que demanda tempo", explica o professor. Basicamente, é dividido em três fases: análise genética; pesquisa de exemplares em museus e publicações; e a descrição da espécie. Nesse meio tempo, a descoberta pode inclusive ser contestada por outros estudiosos, como foi o caso do tapaculo-serrano. Alguns consideraram que a espécie já tinha sido “batizada”, em 1835, pelo naturalista francês Jean Moris Edouard Ménétriès. Porém, análises de diversos exemplares depositados em museus e das fotografias de excelente qualidade da ave coletada por Ménétriès (hoje depositada no Museu de Zoologia de São Petersburgo, na Rússia) mostraram que a espécie descrita pelo francês era o tapaculo-preto (Scytalopus speluncae), típica das montanhas mais próximas ao Oceano Atlântico.

A partir daí, e do reconhecimento de revistas especializadas, a espécie encontrada pelos pesquisadores em Minas Gerais foi considerada realmente nova, sendo descrita em junho na Revista Brasileira de Ornitologia, com o nome de Scytalopus petrophilus. Marcelo Vasconcelos explica que a denominação nasce a partir das determinações de um complicado Código Internacional de Nomenclatura Zoológica. O nome petrophilus, do grego "amante das pedras", refere-se ao fato de a ave viver geralmente associada aos ambientes rochosos, típicos dos topos de montanha. O nome em português, tapaculo-serrano, reconhece que a distribuição geográfica da espécie está restrita às serras, da região da Mantiqueira até os arredores de Diamantina. Ainda não há indícios de sua existência fora das montanhas de Minas Gerais.

Diferentemente de muitas aves com cores que chamam a atenção, o tapaculo-serrano não é vistoso e também não tem canto melodioso. Sua coloração geral é cinzenta, com a barriga esbranquiçada e laterais do corpo amarronzadas com barras marrom-escuras. Seu canto é monótono, consistindo de uma série repetitiva de notas, algo como um "tién-tién-tién-tién...", ouvido principalmente nas primeiras horas das manhãs frias e nubladas, típicas das montanhas mineiras.

Segundo o professor Vasconcelos, não é possível afirmar que a espécie está ameaçada de extinção porque só foi descrita recentemente e isso ainda não foi avaliado. Diz também "que até o momento não se sabe quantos exemplares existem, mas devem ser milhares, já que a espécie é relativamente abundante nas serras mineiras. Ela alimenta de insetos e ainda não se sabe sobre sua reprodução".

Importância

Vira e mexe, a mídia nos traz informações sobre descobertas de espécies animais, vegetais ou micro-organismos, numa prova de quanto a natureza é rica e cheia de surpresas. Uma pergunta, no entanto, se faz necessária: qual a importância do descobrimento dessas espécies e no que, efetivamente, elas contribuem para a ciência?

Para o professor Marcelo de Vasconcelos, que também é da Associação Montanhas do Espinhaço, a apresentação sinaliza para um sentido maior de preservação ambiental. "Além de despertarem interesse para a conservação delas próprias – que podem atuar como “guarda-chuva”, protegendo áreas que também têm outras espécies –, elas podem nos dar muitas informações interessantes sobre a biogeografia. Exemplo: ao se encontrar uma espécie nova que tem um parente próximo (filogeneticamente) em outra região geográfica, pode-se levantar hipóteses que expliquem este padrão, tais como conexões paleoambientais entre as áreas de distribuição destas espécies, formação de barreiras geográficas, dispersão etc.", explica.

Outro professor, Marcos Rodrigues, do Departamento de Zoologia da Universidade Federal de Minas Gerais, diz que o caso do tapaculo-serrano mostra que muita coisa ainda está para ser descoberta. “E é revelador que tenha sido em Minas Gerais. Na Amazônia as descobertas naquele mundo de florestas são mais frequentes, mas aqui, ao lado de Belo Horizonte, chama muito a atenção.” Rodrigues acrescenta que o estudo de novas espécies permite que se analise o clima, as mudanças climáticas no passado e futuro e o papel que elas desempenham no ecossistema em que vivem, entre outros fatores. Ele revela que outra nova espécie, também de Minas Gerais, está para ser anunciada. No entanto, se nega a dizer qual é, se é animal ou vegetal ou mesmo quem está conduzindo os trabalhos. “Anunciar antes de o processo ser concluído atrapalha seu andamento”, explica. A única dica que dá é quanto à data prevista: "Pois é… é para quando fevereiro chegar".